Autoritarismo à brasileira : um estudo sobre a representação autoritária de Jair Bolsonaro

Abstract

Esta pesquisa possui como objetivo compreender a representação do atual Presidente da República Federativa do Brasil, Jair Messias Bolsonaro, e estudar a possibilidade de categorizar sua propaganda como autoritária e, no caso ser de fato ligada ao autoritarismo, se poderia ser considerada fascista. Para tanto, foi feito um estudo sobre o fascismo e conceitos linguísticos e sociais de Representação, tomando como base a obra “The Work of Representation” (1997) de Stuart Hall. A partir desse aporte teórico e metodológico, foi analisado, durante os meses de outubro e novembro, as chamadas Lives transmitidas virtualmente pelo Presidente, focando em seu discurso e alguns temas recorrentes, como ataques a movimentos, partidos, líderes e organizações de esquerda e uma vitimização quanto a críticas que recebe em relação à economia do país e as decisões do governo federal para o combate da pandemia de COVID-19. O uso constante de teorias conspiratórias, ataques à esquerda e aos veículos midiáticos com exceção dos que o defendem, o desrespeito às instituições e sua postura como figura que está indo ao contrário do que os outros fazem como prova de que está certo, leva a conclusão de que, embora seja questionável o fato do Brasil ser atualmente um Estado fascista, certamente o Presidente assim o é.